Diretoria 2016-2017

Compõem a Diretoria do Biênio 2016-2017: Ana Rita de Souza Correia (Presidenta); Renan Dias Bueno (Coordenador de Finanças); João Paulo Lopes de Meira Hergesel (Secretário); Sheila dos Santos Alves Magalhães; Vinícius de Medeiros Paes; Silvia Regina Correia Martins; Márcio Vinícius de Freitas; e José Augusto Pinto do Amaral.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Memória da reunião ordinária (16/Janeiro/2014)

Quinta-feira, 16 de Janeiro de 2014, início às 17,25hs., na Biblioteca Municipal.
Primeira reunião ordinária do Conselho Municipal de Cultura de Alumínio
Presentes: Projeto Pérola (Higor e Amarildo S. Ferreira),Vinicius de Medeiros Paes, Alberto Joaquim de Lima, Ana Rita de Souza Correia, Bruno de Arruda Cunha, Gabriel Moreira Nunes, Renan Dias Bueno, Nilton Gomes, Eduardo da Cruz, Bernard Gadú, Márcio Vinicius de Freitas.
Ausente o membro José Augusto Pinto do Amaral, notificado oficialmente.

Pauta Inicial:
- Eleição
- Regimento Interno
- Festival de Verão

ELEIÇÃO

Vinicius leu o Decreto Municipal 1592, de 03 de Janeiro de 2014, que dispõe sobre a composição do Conselho Municipal de Cultura e o Projeto de Lei que permitiu a criação do órgão.
Após uma rodada de apresentações dos participantes e suas competências, além de breve explanação sobre as atribuições dos cargos, foram eleitos por consenso:
Presidente: Vinicius de Medeiros Paes
Secretária: Ana Rita de Souza Correia
Tesoureiro: Bruno de Arruda Cunha

REGIMENTO

Iniciando os diálogos sobre importância, forma e função do Regimento Interno, Vinicius informou que temos um prazo máximo de 180 dias para elaborar e apresentar o documento que disciplina o funcionamento do Conselho, garantindo a legitimidade das ações e propostas pretendidas.
Ana Rita colocou que, conforme o Decreto supra citado, devemos ainda submeter o documento à aprovação do Departamento Municipal de Educação e Divisão de Cultura. Informou ainda que, com base em pesquisa de regimentos de outros municípios, uma das funções principais do documento é definir com clareza as atribuições do Conselho e de seus membros, promovendo a transparência na atuação, tanto coletiva quanto individual.
Bruno informou, a partir de sua experiência no Conselho de Serviço Social, que o regimento é a salvaguarda do trabalho democrático, normatizando e regulamentando para manter os propósitos ainda que mudem os membros.
Bernard colocou a importância de que todos os membros tenham em vista os mesmos objetivos para que o regimento siga uma direção em comum.
Vinicius solicitou a todos os interessados em contribuir que iniciem pesquisas e tragam propostas para facilitar a elaboração, mantendo o sentido de um projeto cultural para o futuro de Alumínio nos próximos 20 anos, sugerindo ainda a elaboração de um manifesto que registre estas visões. Colocou ainda que sua visão é de que a cidade possa tornar-se polo de referência cultural na região, oferecendo formação tanto na área artística quanto para a captação de recursos de produção, ampliando a ocupação de espaços, envolvendo as escolas com atividades artísticas de formação de plateias, oferecendo oficinas e apresentações permanentes que contribuam para uma formação de público integral e constante.
Nilton e Eduardo colocaram a questão da falta de apoio do executivo para a produção e apresentação, além da falta de capacitação em ferramentas de captação de recursos, que se observa na maior parte dos artistas da cidade, situação que promoveu durante anos a política cultural de balcão, onde ganham oportunidades aqueles que mantem relações amistosas dentro do executivo.
Vinicius traçou um panorama histórico da cultura na cidade, relembrando as antigas formas de produção e culminando com a falta de saúde financeira que atinge o município, situação recente que obrigou o poder executivo a repensar estratégias e investir na gestão cultural como saída para promover aumento de arrecadação, face à diminuição de recursos oriundos da CBA. Esta mudança de estratégia é capaz de promover uma renovação política no bojo das ações culturais.
Bernard colocou a questão de quais dificuldades já podem ser enxergadas no caminho.
Bruno e Vinicius, alternadamente, citaram como exemplo a falta de espaços para a arte e o encontro, a falta de objetivos da Escola de Música e a desvalorização do artista local, agravada nos últimos anos pelo grande acesso a fenômenos de massa promovido pelas mídias que tem desviado cada vez mais a atenção sobre a produção cultural local, inclusive permitindo abusos de poder quanto à distribuição de verbas, sob o argumento de atrair mais público.
Bruno colocou ainda que esta situação foi criando a cultura de desvalorizar não só a arte e cultura locais, mas a própria cidade.
Entre os participantes, os que moram há mais tempo na cidade resgataram memórias de quando a represa era local de encontro e permitia trocas estimulantes entre os artistas da cidade, situação que acabou a partir da emancipação, provocando um abandono da cultura entre os mais jovens.
Vinicius colocou que o Conselho independe da situação política e da gestão pública.
Bruno exemplificou o caso de verbas da CBA e do Governo do Estado que foram recebidas e destinadas diretamente através do Conselho de Serviço Social.
Vinicius pontuou a importância da autonomia para a correta destinação de verbas públicas e privadas.
Eduardo levantou a questão do ceticismo de alguns artistas que não acreditam em políticas culturais e desconfiam da atuação do Conselho como órgão independente e transparente.
Vinicius propôs elaborar ações para ampliar a consciência dos cidadãos sobre o funcionamento do Conselho, sugerindo divulgação das reuniões através de e-mails e redes sociais, além de aproveitar o Festival de Verão como espaço de diálogo e divulgação da atuação do Conselho, convidando todos a participarem e exercerem seus direitos na construção da política cultural.

FESTIVAL DE VERÃO

Vinicius apresentou a proposta de um Festival de Verão, talvez com um espaço de palco aberto e outras atrações contratadas, seja via edital para selecionar projetos existentes na cidade, seja via rateio de verba disponível entre artistas interessados em se apresentar mesmo sem cachês atraentes.
A primeira edição desse festival deve ser possível já em Fevereiro/2014, a partir de esforços combinados a colaborações já disponíveis, funcionando neste momento como espaço de encontro e diálogo, divulgando o Conselho e colocando em cena a gestão cultural que inaugura-se na cidade.
Renan relatou que recebeu muitos comentários de descrédito sempre que comentou o assunto com outros artistas da cidade e observou que precisamos de ações para vencer o ceticismo dominante, inclusive divulgando melhor o cadastro de artistas que vem sendo realizado via Internet, pois poucos artistas conhecem a ferramenta ou tem disponibilidade para conhece-la. Sugeriu Internet disponível para o cadastro durante o evento.
Bernard indagou a Bruno qual era sua resposta quando inquirido sobre a função do Conselho.
Bruno respondeu que resumia ao fato de que estamos reunidos para melhorar a política cultural da cidade e o espaço de atuação dos artistas.
Vinicius complementou esta visão colocando nossa função de levar as necessidades do município a outras esferas de poder e recursos. Pontuou ainda que o Festival é uma programação e não um evento, ampliando portanto a visão do trabalho a ser feito: tem começo e meio, mas não tem fim.
Bruno observou que será indispensável um processo extremamente transparente para selecionar as atrações e argumentar com aqueles que se sentirem preteridos ou ameaçados.
Vinicius exemplificou uma situação onde grupos ou artistas com experiência em captação de recursos para produção podem ser contratados, ainda que não sejam da cidade, desde que ofereçam a contrapartida de uma oficina ou vivência de capacitação voltada aos artistas locais. Poderia ser uma forma de multiplicar a verba, atuando em mão dupla, além de ampliar as oportunidades de encontro
entre artistas da região que podem passar a produzir de forma colaborativa.
Ana Rita colocou a questão sobre membros da comissão organizadora que também tenham atrações que gostariam de apresentar no Festival.
Vinicius, complementado por outros membros, observou que haveria conflito ético em caso de edital de seleção, mas devemos estudar detalhadamente conforme a programação do Festival e sua dinâmica ficarem mais claras para todos. No momento, precisamos de gente disposta a trabalhar, portanto ficou decidido que formemos uma comissão organizadora para os trabalhos e, caso algum membro decida participar de edital ou outras formas de seleção que gerem conflitos de interesses, providenciemos as substituições necessárias face à situação.
Nilton observou que será necessária uma estratégia para atrair público, visto que a população em geral não prestigia eventos culturais ou artísticos sem apelos promocionais. Pontuou que a dança, principalmente com participação de crianças e adolescentes, sempre atrai um interesse maior e poderia ser usada como abertura. Sugeriu ainda uma ampla divulgação em redes sociais, estimulando vínculos que promovam continuidade, alimentando outros eventos.
Bernard inquiriu sobre a transição da atual política para esta visão de gestão cultural.
Vinicius colocou novamente a questão da autonomia que permite ao Conselho desenvolver política cultural focada em cidadania, criando mecanismos legais que favoreçam uma programação permanente, ampliando o leque de opções artísticas e provocando escolhas mais conscientes.
Bernard indagou de que forma pode o Conselho atuar para "alinhavar" a cultura do município.
Vinicius observou que o Conselho atua como contracultura para mudar a situação filosoficamente e ampliar opções para futuras escolhas, sem confrontos diretos com a cultura de mercado, dialogando sobre outras formas possíveis, mas estas são discussões teóricas que podem levar muito tempo até que ofereçam alguma conclusão ou solução aparente.
Renan observou que opções musicais dependem do que está disponível para cada um, principalmente entre crianças e adolescentes. Devemos trabalhar para oferecer opções fora da massificação.
Vinicius colocou que esta transformação passa também pela formação do artista: quanto mais ampla e bem cuidada, melhores suas ferramentas para montar seu repertório, que por sua vez será fundamental na formação das futuras gerações que ele influenciar de alguma forma. O contato com diferentes repertórios desde criança será determinante em suas escolhas futuras, mas as ferramentas não estão apenas na programação cultural, começam no pensamento. Daí a necessidade de professores com escutas abertas, que recebam também o que a criança traz, sem discriminação, buscando as portas por onde incluir outras opções que favoreçam a evolução e a curiosidade.
Ana Rita colocou que deve haver diálogo aberto entre necessidades e preferências, pois crianças e adolescentes ainda estão aprendendo a diferença entre um e outro.
Renan acrescentou que o Conselho deve ter como uma de suas metas ampliar o acesso aos bens culturais e às oportunidades de formação.
Vinicius pontuou que a mudança deve ser gradativa e constante, já que o desafio é muito grande, após o que estimulou os presentes a se manifestarem sobre sua participação ou não na Comissão Organizadora do Festival de Verão. Exceto os representantes do Projeto Pérola (Higor e Amarildo), todos os presentes colocaram-se à disposição, ficando decidido que na próxima reunião serão discutidas as tarefas e prazos envolvidos.
Encerrando os trabalhos, ficaram decididas as seguintes datas e pautas para as próximas reuniões:
Quinta-feira, 23/01/14, 17hs, Comissão organizadora do Festival: atribuições e prazos
Quinta-feira, 30/01/14, 17hs, Conselho e convidados: regimento interno baseado em pesquisas

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